Todos os dias, ao meio-dia, um pobre velho entrava na igreja e, poucos minutos depois, dela saía.
Um dia, o sacristão, preocupado com os valores ali existentes, perguntou-lhe o que fazia ali, diariamente, sempre naquele mesmo horário.
— Venho rezar - respondeu-lhe o velho.
— Mas é estranho! - disse o sacristão. Como você consegue rezar tão depressa?
— Bem... - retrucou o velho. Eu não sei rezar aquelas orações compridas... Mas, todos os dias, ao meio-dia, eu entro na igreja e falo: “Oi, Jesus! Eu sou o Zé. Vim visitar você. Num minuto já estou de saída...” É só uma oraçãozinha. Mas tenho certeza de que Ele me ouve...
Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na enfermaria, passou a exercer grande influência sobre todos.
Os doentes mais tristes se tornaram alegres e muitas risadas passaram a ser ouvidas.
— Zé! - disse-lhe um dia a irmã, responsável pela enfermaria - Os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre. O que você me diz?
— É verdade, irmã. Estou sempre tão alegre! É por causa daquela visita que recebo todos os dias. Faz-me feliz...
A irmã ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. O Zé era um homem solitário, sem ninguém.
— Quem o visita? A que horas? - perguntou-lhe a irmã.
— Todos os dias, ao meio-dia, Ele vem ficar ao pé da cama. Quando olho, Ele sorri e me diz: “Oi Zé! Eu sou Jesus… Vim visitar você...”
A estória é singela e o autor é desconhecido. No entanto, ela nos faz refletir, profundamente, sobre a fé.
Quem de nós dispõe, como o Zé, diariamente, de alguns minutos para falar com Jesus?
Muitas vezes, confundimos a oração com um amontoado de palavras que vão saindo da boca sem qualquer sentimento ou humildade...
A oração é uma fonte em que podemos aliviar a alma opressa.
O fio misterioso que nos coloca em comunhão com a esfera divina.
É um bálsamo que cura nossas chagas interiores. É um templo em cuja doce intimidade encontramos paz e refúgio.
É importante que oremos, ainda que a nossa oração seja singela, mas que seja movida pelo sentimento.
Não importa o tamanho da oração, mas a fé, a comunhão e a confiança com que é feita.
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