Uma jovem estava na porta do elevador aguardando, quando apareceu a sua vizinha de porta. Cumprimentaram-se e, puxando conversa, a jovem falou:
— Estou indo rezar o terço de Nossa Senhora.
Para seu espanto, ouviu a vizinha perguntar-lhe:
— De qual delas? Vocês inventaram tantas...
A jovem engoliu seco a zombaria, ofereceu aquele momento desagradável a Deus e começou a falar-lhe:
— Você tem seu nome, mas como é que sua filha chama você?
Antes que ela respondesse a jovem continuou:
— Chama você de 'mamãe'. E a sua neta a chama de 'vovó'. Seu marido chama você de 'meu bem' ou, quem sabe, de algum apelido carinhoso. Para mim, você é ‘a minha 'vizinha'. Para o zelador do prédio, a 'moradora do 602'. Sua mãe chamava você de 'minha filha querida'...
O elevador chegou, elas desceram juntas e a jovem ainda a lembrou do médico que a chamava de minha 'paciente', do feirante que a chamava de 'freguesa', do comerciante que a chamava de 'cliente'...
A vizinha estava visivelmente aborrecida com a lição. Quando ia afastar-se ainda ouviu:
— Se você, vizinha, tem tantos títulos, imagine aquela que é a Mãe de Jesus, a Rainha do Universo?!
Assim, em todos os lugares onde a Mãezinha veio nos visitar ou realizou um milagre, as pessoas concederam um carinhoso nome para lembrar desses lindos momentos. Ela nunca deixou de se chamar Nossa Senhora, pois ela sempre foi e sempre será a mesma Nossa Senhora e também Nossa Mãe.
E, com um sorriso, aquela jovem seguiu seu caminho, para rezar o terço.
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