No portal de uma pequena cidade, um velho sábio recepcionava os visitantes há 50 anos. Ninguém entrava ou saía sem notá-lo.
Um dia, um viajante que chegava à cidade perguntou a ele:
— Senhor, como é esta cidade?
Ao que o sábio respondeu com outra pergunta:
— Como é a cidade de onde você vem?
E o viajante respondeu:
— É um lugar péssimo, violento, um povo fofoqueiro. Digo ao senhor: não consegui fazer um amigo sequer naquela cidade... É por isso que estou me mudando de lá, atrás de uma cidade diferente, que me dê oportunidades, onde eu possa ser feliz e me realizar.
— Nossa cidade é exatamente igual à cidade de onde você vem! - responde o sábio.
O viajante, bastante decepcionado com a resposta do sábio, pega sua mochila e vai embora, em busca de uma cidade diferente daquela de onde vem.
Algum tempo depois, chega outro viajante e, após ser recepcionado pelo velho sábio, pergunta:
— O senhor que vive há tanto tempo aqui, como é esta cidade?
O sábio, então, indaga ao segundo viajante:
— Primeiro me diga você: como é a cidade de onde você vem?
— É uma cidade linda, excelente lugar para educar meus filhos, um povo maravilhoso, fiz muitos amigos... Tive excelentes oportunidades de emprego e de aprendizado. Agora, estou em busca de novos desafios, aprendizados diferentes, novas experiências e novos obstáculos a transpor.
— Nossa cidade é exatamente igual à cidade de onde você vem! – disse o sábio.
Contente, o viajante dirige-se à pousada mais próxima e instala-se na cidade.
Perplexo com as situações que acabara de presenciar, o discípulo do velho sábio o questiona:
— Mestre, o senhor deu duas definições opostas da cidade em menos de 10 minutos. Qual das duas é a verdadeira?
— As duas... Nossa cidade não é diferente de nenhuma outra cidade... As cidades são todas iguais, com pessoas rudes e pessoas amáveis, com oportunidades e desafios... O que determina se uma cidade é boa ou ruim é a forma como você a enxerga. Você carrega sua cidade dentro de você!
O nosso “coração” nos acompanha qualquer que seja o destino; as virtudes e defeitos também. O amor estará de braços abertos se amor levarmos. Aceitar o outro, respeitar, saber ouvir, dar sua opinião sem impor são fatores que contribuem muito para o verdadeiro sentido de ser cristão.
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