Havia um homem que trabalhava em uma empresa ferroviária, sendo responsável pelo controle de desvio de linha. Sempre que o trem aparecia, ele acionava a alavanca para que se mudasse o sentido da ferrovia. Esse profissional tinha um filho que achava bonito o que o pai fazia e gostava muito de ver os trens passarem por onde seu pai ficava trabalhando...
Todos os dias o filho levava o lanche para o pai e, como recompensa, apreciava o seu grande brinquedo passar ali tão perto de si.
Num dia de folga, seu pai o levou para conhecer o interior de um dos trens, no pátio de estacionamento. O menino ficou maravilhado com a grandeza e o conforto do vagão. Andou por tudo e, depois, conversaram sobre a importância do trabalho do pai, pois, se houvesse um descuido, a vida de muitas pessoas estaria em perigo. Com o dia ganho por ver a alegria de seu filho, foram embora para casa felizes.
Algum tempo depois, ao levar o lanche para o pai como sempre fazia, o menino observava mais uma vez sua paixão, os trens. Foi quando aconteceu um imprevisto: uma pane no sistema, um princípio de incêndio do lado de fora do equipamento e, em seguida, uma explosão. O menino, vendo aquilo, grita ao pai do lado de fora:
— Fogo!!!!
O pai se desespera, pois dali a alguns segundos teria que inverter a via, já que o trem se aproximava em alta velocidade. O menino se dirige ao trilho para se proteger numa lacuna existente. No entanto, o fundo dos vagões chegava até essas lacunas... E o pai, vendo isso e sabendo do perigo, viu-se pressionado a tomar uma decisão: não fazer o desvio e pôr em risco a vida de mais 100 pessoas inclusive a dele e salvar o seu filho, ou fazer o desvio e perder o seu único e amado filho?
Sem muito tempo para pensar, acabou se decidindo: moveu a alavanca e o trem percorreu seu destino a salvo... As pessoas viam aquele fogo do lado externo, mas não entendiam o que havia acontecido... O fogo distanciando-se deles e o pai com uma expressão indecifrável de dever cumprido e, ao mesmo tempo, de dor por ter perdido seu único filho no lugar de todos. O pai, mesmo amando seu filho, preferiu optar pelo trem e salvar o povo que nele estava. Preferiu dar a vida a uma multidão em vez de a apenas um, deu seu filho para que muitos pudessem viver...
A salvação de todos requereu o sacrifício de “Um” mais querido... O sacrifício de “Um” trouxe esperança para o futuro... Trouxe liberdade e Vida a cada um de nós...
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3, 16)
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