Há muito tempo, um recém-nascido, ao ser batizado, recebeu de presente de amigos dos seus pais uma mina de água potável. Esta mina foi colocada no quintal da casa. O tempo foi passando e a criança foi crescendo.
Até os cinco anos, esta criança brincava na mina, fazendo bolinhas de barro, cobrinhas, enfim, se lambuzava do barro produzido pela mina. Seus pais nem ligavam. Achavam bonita a criança toda suja de barro.
Com o passar dos anos, as brincadeiras foram mudando, e aquela criança, aos poucos, foi trocando de brincadeira. Agora brincava de bola, esconde-esconde, pique, influenciada pelas outras crianças. A mina foi ficando no esquecimento, lá no fundo do quintal, pois o momento era com os carrinhos, TV, vídeo game, figurinhas e diversas outras formas de divertimento.
A mina nunca se incomodou por não ser mais usada pela criança, agora um adolescente. Então, a mina chamou a atenção do jovem dono, chorando mais um pouco com sua água potável. Mas o jovem nem ligou. Agora se interessava pelas garotas. A mina, com o esquecimento, foi secando aos poucos. A sujeira do quintal foi aumentando, o mato crescendo, até que não mais se via a mina.
Já casado, o jovem se tornara um homem, cheio de compromissos com mulher, emprego, deveres, obrigações e, mais ainda, aguardando agora a vinda de seu primeiro filho.
A alegria toma conta do homem com o filho nos braços e, olhando para a esposa, a elogia e diz:
— Agora precisamos batizar nosso filho.
Chegou o grande dia do batizado do filho do dono da mina. Quando o sacerdote derramou a água sobre a cabeça da criança, disse:
— Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O homem, enquanto ouvia estas palavras, foi abrindo seu coração e, olhando para os padrinhos escolhidos, se emocionou em ver seu filho recebendo o Espírito Santo, a Fonte inesgotável. Lembrou-se do presente de seus padrinhos, a mina de água potável, aquela que deveria ter sido sua Fonte inesgotável. Nem bem terminou o batizado, foi ao encontro do Padre para se confessar por ter acumulado tanta sujeira, ciscos e mato em sua mina.
Após a confissão, e depois de ter pedido ao Pai Celestial o Espírito Santo, sua mina começou a jorrar água em abundância. Inundou a todos os que o rodeavam e sua vida se transformou com os dons que foi recebendo.
Não esqueça sua mina, aquela que você recebeu em seu batismo. Não deixe o pecado secar sua fonte de dons...
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