Com a Quarta-Feira de Cinzas, iniciamos o Tempo Quaresmal, que se estende por 40 dias. Tempo que nos convida a uma conversão profunda e, ao mesmo tempo, lembra-nos de que somos pó e ao pó retornaremos. Daí a necessidade de praticarmos assiduamente o jejum, a esmola e a oração.
O profeta Joel (2,12-18) nos convida a voltar para o Senhor e rasgar o coração, e não as vestes. O verbo VOLTAR quer significar que a CONVERSÃO é fruto de um ENCONTRO profundo e verdadeiro com o DEUS DA TERNURA E DA MISERICÓRDIA. O Deus que, neste Ano Jubilar da Misericórdia, quer que sintamos de forma mais evidente Seu olhar misericordioso sobre cada um de nós. Aliás, um Deus que não quer a morte do pecador e sim a CONVERSÃO; um Deus que nos levanta do chão e nos conhece pelo nome; um Deus que não nos condena pelas vezes que caímos, mas pelas vezes que não nos levantamos depois das quedas nem nos perdoamos; um Deus que respeita o nosso livre arbítrio e nos acolhe com a ternura própria Dele, quando desejamos voltar; um Deus que é capaz de olhar para dentro de nós e nos amar como somos; um Deus que nos criou a Sua imagem e semelhança; um Deus que morreu na Cruz por amor a nós, pecadores; um Deus que ressuscitou para que sejamos salvos Nele e por Ele; um Deus que nos agracia com dons e nos dá permissão de servi-Lo; um Deus que mora em mim e é capaz de saudar o mesmo Deus que também mora em você (Namastê), tornando-nos irmãos.
A Igreja, a cada ano, através da Campanha da Fraternidade, nos traz um tema riquíssimo. Este ano, o tema proposto é “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema bíblico apoia-se em Amós 5,24, que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
Irmão, desejo que cada um de nós possa, no Domingo da Páscoa, ressuscitar como novas criaturas, conscientes de que somos parte da criação e não donos dela. Uma Santa e abençoada Páscoa a todos!
Com aquele abraço,
Cônego Alexandre D. Francisco, O.Praem
Fevereiro/2016
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