O 16º livro profético do Antigo Testamento é Ageu. Ageu foi um profeta pós-exílico, que viveu no tempo da reconstrução do templo de Jerusalém. Provavelmente, nasceu durante os setenta anos de exílio na Babilônia e regressou a Jerusalém com Zorobabel, líder israelita que teria liderado o retorno do primeiro grupo de judeus exilados.
Com apenas dois capítulos, o livro – cuja autoria é atribuída ao próprio Ageu – contém quatro profecias e traz uma mensagem muito profunda: não podemos negligenciar o trabalho de Deus.
O contexto histórico do Livro de Ageu é o período pós-exílico do povo judeu que retornou à Terra Prometida após o decreto de Ciro em 538 a.C. Ao retornarem à pátria, os judeus começaram reconstruir o Templo. No entanto, houve grande oposição externa que, combinada com o desânimo interno, fizeram com que o projeto de reconstrução fosse abandonado. É que os judeus estavam mais preocupados com seu próprio conforto e, quanto mais focavam em si mesmos e ignoravam as coisas de Deus, menos prosperavam. Eles haviam perdido o foco do principal e estavam sofrendo as consequências (Ag 1,9-11).
Tudo ficou parado por aproximadamente dezessete anos. Então, em 520 a.C., no segundo ano do reinado de Dário, os profetas Ageu e Zacarias iniciaram seus ministérios. Nesse período também houve oposição, desta fez por parte de Tatenai, governador persa do Trans-Eufrates. Mas Dario I reeditou o decreto de Ciro para que o Templo fosse reconstruído no prazo de quatro anos.
A expressão “a glória da última casa será maior do que a da primeira” vem de Ageu 2,9, que fala sobre a construção do segundo templo em Jerusalém. A “casa” era o templo de Deus em Jerusalém. O primeiro templo foi edificado por Salomão, no auge do poder de Israel. O edifício era enorme e magnífico, todo decorado e construído com os materiais mais preciosos. No entanto, séculos mais tarde, o templo foi destruído por Nabucodonosor e os israelitas foram levados para o exílio. De volta a Jerusalém, os israelitas estavam desanimados, porque o segundo templo não era tão belo como o primeiro, mas Deus prometeu que teria uma glória maior. Afinal, a glória de Deus não depende de ouro ou prata.
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