PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO - JAÚ

"Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão: 'Tomai cuidado com os doutores da Lei!'."
Mc 12,38a (32 TC-Ano B)
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Formação Bíblica

41 Jonas: o Amor de Deus Vai Além

Continuando com nossa jornada pela da Bíblia Sagrada, chegamos ao Livro de Jonas, 11º Livro Profético. Este livro é colocado entre os proféticos porque conta as aventuras de um profeta que tem esse nome. Na verdade, trata-se de um livro sapiencial: não pertence ao gênero histórico, mas ao gênero parabólico desenvolvido, uma espécie de “novela” para ilustrar o tema da misericórdia de Javé, que não é um Deus nacional, mas um Deus de toda a humanidade.

Enquanto os profetas ameaçam as nações pagãs, o Livro de Jonas relata a conversão dos habitantes de Nínive, na Assíria, e anuncia a misericórdia a esse que foi um dos povos mais odiados por Israel. Os profetas estão solidamente enraizados na situação político-social; Jonas parece estar solto no ar.

A obra nasceu depois do exílio de Babilônia, quando o povo judeu estava se fechando num nacionalismo exagerado e exclusivista, bem refletido na mesquinhez do “justo” Jonas.

O nome Jonas significa “pomba” ou “pombo” e, de acordo com o que é indicado em 2Rs 14, 25, ele era filho de Amitai e nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado a 5 km em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom. Quanto ao caráter, é representado como obstinado, irritado, mal-humorado e impaciente. Profetizando durante o reinado de Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, Jonas foi um forte nacionalista que estava completamente consciente da destruição que os assírios haviam feito em Israel através dos anos. Sua relutância em ir pregar para esse povo estava baseada num desejo de ver seu declínio culminar numa completa perda de poder. Também temia que Deus pudesse mostrar misericórdia, oferecendo aos assírios, desse modo, a oportunidade de molestar Israel.

A história do peixe tornou famoso o livro. De fato, os evangelhos celebrizam a figura e aventura de Jonas como sinal da morte e ressurreição de Jesus: assim como Jonas ficou três dias no ventre do peixe, Jesus vai ficar três dias no ventre da terra; depois ressuscitará, como Jonas voltou à luz do dia (cf. Mt 12,39-41 e paralelos).

Muitos perguntam a si mesmos se é preciso tomar à letra a narrativa maravilhosa de Jonas. Com São Gregório Nazianzeno, cremos que é preciso ver aí um ensinamento religioso velado sob as formas de uma parábola. Esse ensinamento é muito importante: Jonas, enviado a Nínive, significa que Deus chama ao perdão não somente os judeus, mas também os pagãos. Isso é claramente expresso no último capítulo, quando Deus mostra a Jonas que, se ele se preocupa com uma árvore que o sol secou, não é de estranhar que Deus se preocupe com todo um povo que deseja converter-se.

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