Quarto livro profético dentro da Bíblia católico-romana, o livro de Baruc não é encontrado na Bíblia hebraica – de onde foram traduzidas as bíblias protestantes –, constituindo-se, assim, no 7º e último livro deuterocanônico da Bíblia grega – de onde foi traduzida nossa bíblia.
Baruc – que quer dizer “abençoado” – era companheiro e secretário de Jeremias, e o acompanhou ao Egito após a queda de Jerusalém em 587 a.C.
O livro é atribuído a ele talvez por seu grande prestígio. No entanto, é certo que esses textos não são de Baruc, podendo ser até de três autores diferentes, e que foram escritos provavelmente no século II a.C.
Narrando os acontecimentos que precedem ou sucedem a queda de Jerusalém, em 587 a.C., o autor trata do povo no exílio da Babilônia e o exorta para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime.
É dividido em várias partes: depois de uma introdução histórica (1,1-14), a primeira parte, em prosa, contém uma confissão de pecados e uma súplica (1,15-3,8); a segunda parte, em poesia, contém uma exortação no estilo dos livros sapienciais (3,9-4,4) e um oráculo sobre a restauração de Jerusalém e do povo (4,5-5,9); por fim, há uma carta, atribuída ao profeta Jeremias (capítulo 6).
Pode-se dizer que há alguns temas que têm destaque no livro, entre eles a Sabedoria, a Lei, os Profetas e a Conversão. Um trecho que ilustra bem a forma como esses temas são tratados é o trecho retirado do capítulo 4, versículos 3 a 5: “Não entregues a outros esta glória, nem relegues esta salvação a nação estrangeira. Ditosos somos nós, Israel, porque a nós foi revelado o que agrada a Deus! Coragem, povo meu, que trazeis o nome de Israel!”
Se for verdade que o grande pecado de nosso tempo é ter esquecido o pecado, o Livro de Baruc pode nos ensinar bastante.
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