Também conhecido como Saltério ou como Oração do Povo de Deus, o livro dos Salmos é o coração do Antigo Testamento. E uma coleção de 150 salmos, isto é, composições poéticas, as quais, através dos gêneros literários mais diversos, apresentam conteúdo exclusivamente religioso.
O Saltério é o livro de oração dos antigos judeus. Mas para os cristãos também ele se tornou o livro de elevação espiritual, depois de ter sido recitado por Maria, os Apóstolos, os primeiros mártires e o próprio Jesus Cristo. Esse livro, inclusive, deu origem ao Rosário (veja nas próximas publicações).
A palavra salmo (psalmus) é a tradução do termo hebraico que quer dizer louvor, isto é, uma oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais. Entretanto, esse é apenas um aspecto do conteúdo do livro: nele há também lamentações, cânticos de reconhecimento e de penitência, poemas didáticos e súplicas ardentes, o que justifica a identificação que temos com ele.
Não se sabe quais foram os autores de um grande número de Salmos; é provável que, em alguns casos, o nome possa referir-se melhor ao compilador do que ao autor. Assim, as inscrições do texto original atribuem 74 salmos a Davi, 12 a Asaf, 11 aos filhos de Coré, e salmos isolados a Emã e Etã (todos eles cantores do Templo no antes do exílio), bem como a Moisés e Salomão. A maior parte deles procede da idade áurea de Israel, por volta do ano 1000 a.C. Porém, alguns, certamente, foram escritos mais tarde, na época do cativeiro (por exemplo, o Salmo 137).
O livro divide-se em três grandes gêneros:
Na numeração dos salmos, existe uma divergência entre o texto hebraico e a versão latina da Vulgata. Isso porque o texto hebraico fazia uma divisão imprópria do salmo 9, que foi restituído em sua unidade pelas antigas versões. A numeração do texto latino, adotada no breviário e no missal romanos, é conservada na maioria das edições da Bíblia. Portanto, para se saber qual é a numeração do texto hebraico, deve-se aumentar uma unidade ao número dos salmos desde o 10 até o 147.
Os salmos foram as preces do Antigo Testamento, quando o próprio Deus inspirou os sentimentos que Seus filhos devem ter a seu respeito. Foram as preces do Novo Testamento, quando os cristãos buscavam força diante das dificuldades. São, enfim, orações que manifestam a fé que os pobres e oprimidos têm no Deus aliado.
Eis uma escolha entre os mais belos salmos, agrupados de acordo com seu sentido geral:
VOCÊ SABIA?
Durante os primeiros séculos do cristianismo, o saltério de Davi, de 150 salmos, era de uso corrente. A antiga prece judia havia se tornado também a prece cristã, e as comunidades a recitavam em latim, língua habitual da época.
Por volta do século IX, os monges irlandeses, considerando que a recitação dos salmos em latim pelos fiéis incultos era impossível, imaginaram substituí-lo por 150 Pais-Nossos, o “Saltério dos 150 Pais-Nossos”, utilizando um cordãozinho com os nós correspondentes para que facilitar a contagem.
Naquele tempo, a Ave-Maria ainda não era conhecida. Somente no final do século XI começou a ser rezado o “Saltério das 150 Ave-Marias”.
Por essa mesma época, aparece o “Saltério dos 150 enunciados e fé sobre Nosso Senhor Jesus Cristo”, meditação sobre a vida de Jesus composta por textos da Sagrada Escritura.
Começa também a ser rezado um “Saltério dos 150 louvores de Nossa Senhora”, meditação sobre a vida de Maria composta por textos da Sagrada Escritura.
Assim, entre 1205 e 1208, numa combinação desses quatro “Saltérios”, São Domingos cria o “embrião” do Santo Rosário como expressão de amor à Virgem Maria.
Em Português, para indicar a reza do rosário, é comum referir-se ao terço, termo ligado ao costume de se rezar a cada dia a terça parte do rosário.
Embora o rosário tenha estado relativamente presente na vida dos católicos desde o século XIII, houve um reflorescimento de sua prática principalmente após as aparições de Maria em Lourdes (1858) e em Fátima (1917).
Ao longo dos séculos, essa oração foi se transformando, até chegar ao que conhecemos hoje, com a mais recente mudança sendo a criação dos Mistérios Luminosos, pelo Papa João Paulo II, em 16 de outubro de 2002.
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