PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO - JAÚ

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Mc 12,38a (32 TC-Ano B)
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Formação Bíblica

20 Ester: a Libertação dos Judeus por Meio da Sabedoria de uma Rainha

Continuando com nosso panorama dos livros da Bíblia, olhemos agora para o livro de Ester, que tem esse nome por causa de sua personagem principal, moça judia que se torna rainha ao se casar com Assuero, rei da Pérsia. Amã, o primeiro ministro do reino, planeja acabar com todos os judeus do território persa, mas Ester e o seu pai adotivo, Mardoqueu, conseguem fazer fracassar o plano perverso do primeiro ministro e este acaba morrendo na forca que havia mandado construir para matar Mardoqueu. O rei recompensa Ester e Mardoqueu e dá aos judeus o direito de desforra, caso sejam atacados. Para festejar sua vitória contra seus inimigos, os judeus começaram a comemorar a Festa de Purim, o que fazem até hoje.

O livro de Ester pode ser assim dividido:

  • Ester se torna rainha: Est 1,1-2,23
  • Amã planeja a morte dos judeus: Est 3,1-5,14
  • Amã é denunciado e morto: Est 6,1-7,10
  • Os judeus acabam com seus inimigos: Est 8,1-9,19
  • A Festa de Purim: Est 9,20-10,3

O Livro de Ester veio até nós em duas versões: a versão mais curta, em hebraico – certamente mais original – e a versão ampliada, em grego, na Septuaginta, considerada canônica apenas pela Igreja Católica. Assim, mesmo não sendo um livro totalmente deuterocanônico, parte dele – e parte de outros 3 livros – é considerada acréscimo ou apêndice: 10,4-16,24.

O autor do livro é desconhecido, mas se acredita que tenha sido escrito no fim do séc. IV, embora o tema da perseguição leve alguns a situá-lo no tempo de Antíoco Epífanes (séc. II). Mesmo refletindo conhecimento da topografia, da cronologia e da administração da fortaleza de Susa, o relato do livro não é histórico no sentido moderno. Exceto o rei, as personagens são desconhecidas. O direito de o livro fazer parte da Bíblia tem sido grandemente contestado: o nome de Deus não aparece nele, e tudo parece se resolver somente pela força e pela astúcia. Entretanto, o versículo 14 do capítulo 4 é suficiente para lembrar que o Senhor da história não é este ou aquele grande poder humano, e sim Aquele que escolheu o povo judeu: “Se te calares agora, o socorro e a libertação virão aos judeus de outra parte; mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se não foi para essas circunstâncias que chegaste à realeza?”

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