Esse livro tem como personagem principal Neemias, um alto funcionário do rei Artaxerxes, bastante importante na reconstrução de Jerusalém. Nos manuscritos hebraicos, os livros de Esdras e Neemias aparecem como um só escrito: ambos pertencem ao período subsequente ao retorno dos judeus do cativeiro babilônico, o qual se prolongou durante mais de um século. Sem esses dois livros históricos seria muito difícil, talvez impossível, conhecer os eventos que marcaram a restauração do judaísmo após a provação do Exílio.
O autor ou compilador do livro de Neemias – que, possivelmente, é o mesmo de Crônicas e Esdras – é indeterminado; entretanto, muitos eruditos consideram grande parte dele como uma autobiografia de Neemias. De qualquer forma, o autor utilizou como fontes diversos documentos antigos, que reproduziu e mesclou, de modo a conseguir um conjunto coerente. É difícil precisar a data da redação final do livro, no entanto, a julgar pelo conteúdo histórico da obra, pelas ideias religiosas nela expressas e pelo ambiente do qual parece provir o autor, o período de acabamento da sua vasta obra historiográfica poderia situar-se entre o final do séc. IV e meados do séc. III a.C.
Os três centros de preocupação claramente evidenciados nesse texto são o Templo, a cidade de Jerusalém e a comunidade do povo de Deus, podendo o livro ser dividido em três partes:
Assim como Esdras, Neemias não é das personagens mais conhecidas da Bíblia. Cumpre a missão que Deus lhe confiou e, além dessa missão, nada mais se sabe a respeito de sua vida. A pessoa dele apaga-se por trás da ação, deixando na sombra o que aconteceu antes e depois do ministério que exerceu. O que fica é o exemplo de sua conduta: um homem de profunda oração, sempre se mostrando dependente de Deus.
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