Na continuação dos livros históricos, vem Esdras. Embora o autor seja desconhecido, o livro tem esse nome porque muitos acreditam que Esdras, mesmo não tendo escrito todo o livro, tenha sido o compilador das partes que não escreveu.
O livro de Esdras é continuação de II Crônicas e, a princípio, fazia parte de um único volume com o livro de Neemias. Ambos os livros são mais ou menos da mesma época: após o exílio babilônico. Assim os quatro (1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias) compõem a chamada “história cronista”. Ele descreve a volta de alguns dos israelitas que estavam prisioneiros na Babilônia, a vida deles em Jerusalém e a adoração no Templo. Esses acontecimentos são apresentados na seguinte ordem:
Embora não goze da popularidade de outras personagens do Antigo Testamento, Esdras tem uma obra literária e religiosa inegável. A ele se atribui a autoria de vários salmos, especialmente do Salmo 119. Uma antiga tradição atribui a Esdras a autoria dos I e II Crônicas, mas isso não se pode provar. Esdras associou-se a Neemias para iniciar um avivamento no estudo das Escrituras (Ne 8): o primeiro assumiu função religiosa, enquanto o segundo esteve ligado à atividade política. E, finalmente, acredita-se que Esdras seja o iniciador da sinagoga judaica e compilador da maioria dos livros do Antigo Testamento.
Nesse livro encontram-se passagens de muita luz, como a sublime confiança de Esdras na proteção divina, quando chamado a levar grandes tesouros através de lugares perigosos (Esd 8, 21-32); e a oração e a confissão de Esdras pelo povo (9, 5-15).
Longe de ser a mera compilação alguns documentos úteis para a história bíblica, o livro de Esdras não apresenta uma exposição teológica propriamente dita, mas nos eventos bem concretos que relata é possível descobrir as ideias mestras que guiaram os seus heróis. E dentre elas está, certamente, o poder da palavra de Deus na vida humana.
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