Primeiro dos dezesseis livros históricos, o livro de Josué narra a história de como os israelitas invadiram a terra de Canaã, a Terra Prometida, e passaram a morar nela.
O livro deriva seu nome de sua personagem literariamente central – Josué, ministro e sucessor de Moisés – apresentado como líder da conquista e da instalação das tribos em Canaã. Os acontecimentos descritos situam-se entre os anos 1230/1220 e 1200 a.C. Foi composto, provavelmente, pelo fim do exílio na Babilônia (depois de 550 a.C.), por escribas ligados à população de Judá, tendo como preocupação não tanto documentar a história, mas interpretá-la, motivados pela esperança da conversão da casa real e das lideranças do povo, em vista de um novo tempo de justiça e de fidelidade à aliança. O livro tem o mesmo estilo solene, didático e repetitivo do Deuteronômio, do qual é a continuação.
O conteúdo do livro pode ser dividido em três partes:
São desse livro alguns trechos bastante conhecidas, como a passagem do Jordão, assinalada por um prodígio comparável ao da travessia do Mar Vermelho (cap. 3); a tomada de Jericó, relação que atribui ao poder divino a vitória dos homens (cap. 6); a vitória de Josué em Gabaon, na qual há a célebre narração da parada do sol (cap. 10). Merecem destaque também as palavras de despedida de Josué já envelhecido (cap. 24), encerrando um belo ensinamento de fidelidade, de gratidão e de confiança nas promessas divinas: “’Sirvam a Javé. Contudo, se vocês acham que não é bom servir a Javé, escolham hoje a quem vocês querem servir. (…) Eu e minha família serviremos a Javé’. Então o povo respondeu: ‘(…) nós também serviremos a Javé, pois ele é o nosso Deus’.“
Embora Josué seja figura importante, a personagem central do livro é a Terra Prometida: Deus dá a terra, concretizando a promessa feita a Abraão, Isaac e Jacó e renovada aos seus descendentes.
Um fato, porém, chama a atenção: as tribos tiveram de conquistar a terra que Deus lhes dera. Deus dá o dom, entretanto não tira a liberdade nem dispensa a iniciativa do homem. E, para que o dom se torne vida concreta, Deus só coloca uma condição: que o homem seja e continue sempre seu fiel aliado.
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