Quarto livro da Sagrada Escritura, o livro dos Números, assim como o livro que o antecede – Levítico – e o que o sucede – Deuteronômio –, trata das leis do povo hebreu. Mas também traz temas que completam a história do Êxodo, como a partida do Sinai, a celebração da segunda páscoa e a chegada a Cades. Por isso, por vezes, ele é chamado de Livro das Peregrinações de Israel.
Assim como o Levítico, o livro de Números tem sua autoria atribuída a Moisés e foi redigido depois do desterro na Babilônia. A ideia central dele está na incredulidade do povo – que o impede de desfrutar a vida abundante. E é nele que encontramos passagens conhecidas da Sagrada Escritura, como quando Moisés fere a rocha (20,7-11), a serpente de bronze (21,6-9) e as cidades de refúgio (cap. 35).
O nome Números se deve ao fato de ele começar com as cifras do recenseamento do povo hebreu no deserto. Ele supõe que o povo já estivesse dividido nas doze tribos de Israel, as quais estão formando os esquadrões de Deus que avançam rumo à Terra Prometida tendo, no centro, a Arca da Aliança – o que mostra que esse livro não se prende a narrações históricas, mas à transmissão de mensagens. O deserto representa os desafios que o povo enfrenta: acomodação, desânimo, vontade de voltar, desconfiança de Javé e dos líderes, imprudência…
Foi no confronto com essas situações que Israel aprendeu a ser livre, vivendo a liberdade e conquistando-a continuamente para não voltar a ser escravo. E só então pôde descobrir como construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a vida.
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