Dando continuidade ao estudo dos livros da Bíblia, chegamos ao Êxodo.
Segundo livro do Pentateuco, o Êxodo dá certa continuação ao Gênesis – no qual foram narradas a criação do mundo e da humanidade e a origem do povo de Deus. A palavra êxodo vem do grego e significa “saída”: o livro narra a saída dos hebreus do Egito, por volta de 1250 aC.
O período da história de Israel abordado é o que vai desde a morte de José até a construção do santuário junto ao monte Sinai. Nessa época, o novo Faraó – já esquecido da boa administração de José e preocupado com o crescimento da população hebreia – começa a oprimir os hebreus com trabalhos forçados e “controle” de natalidade. Compadecido de seu povo, Deus intervém: Moisés é o libertador e condutor dos israelitas libertados da escravidão. Estão neste livro passagens bem conhecidas da Sagrada Escritura: a história de Moisés, as pragas do Egito, a travessia do mar Vermelho, a elaboração do Decálogo por Deus no monte Sinai e a doação dele ao povo.
Entretanto, embora esse seja o pano de fundo, o núcleo central do livro do Êxodo é a aliança entre Deus e o povo hebreu: a promulgação das ”cláusulas” dessa aliança (os “Dez Mandamentos”) e as leis (Código da Aliança) que orientam o povo na prática desse ideal.
É aí também que é revelado o nome do Deus verdadeiro: JAVÉ (ou IAHWEH, que, em hebraico, significa “eu sou”).
Assim, de uma maneira didática, o Êxodo pode ser dividido em duas partes, de acordo com seus dois temas principais: a libertação do Egito (1,1–15,21) e a Aliança do Sinai (19,1–40,38). Esses temas são interligados por um tema secundário: a marcha pelo deserto (15,22–18,27).
Como seguimento do Gênesis, o livro do Êxodo tem a mesma origem daquele: foi escrito por mais de uma pessoa que, em sua tarefa, consideraram as mesmas fontes e tradições orais observadas para o Gênesis. A redação final dele se deu depois do exílio, por volta de 450 aC.
Se atentarmos ao livro do Êxodo, poderemos constatar que uma questão permeia todo seu conteúdo: Qual é o verdadeiro Deus?
A resposta que aí encontramos é a mesma recorrente em toda a Sagrada Escritura – principalmente nos Evangelhos: Javé, o Senhor, aquele que é, simplesmente. Sem o êxodo, a Bíblia perderia o seu ponto de partida, que nos leva a Jesus Cristo, pois esse livro é o esboço de nossa redenção. Afinal, não é à toa que já foi qualificado como o “Evangelho do Antigo Testamento”. Quem desconhece a mensagem do Êxodo, jamais entenderá o sentido de toda a Bíblia.
#saosebastiaojau
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