PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO - JAÚ

"Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão: 'Tomai cuidado com os doutores da Lei!'."
Mc 12,38a (32 TC-Ano B)
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Formação Bíblica

01 A Bíblia

Na Igreja Católica, setembro é o mês da Bíblia. Ora, algo que tenha um mês inteiro dedicado a si nos leva, no mínimo, a alguns questionamentos. O que é a Bíblia? De onde ela veio? Quem a escreveu? Quando ela foi escrita? Por que ela foi escrita?

A Bíblia, na realidade, não é apenas um livro. É um conjunto de livros, uma verdadeira biblioteca. E essa informação está em seu próprio nome que, em grego, significa “os livros” ou “conjunto de livros”. Além do termo Bíblia, ela também pode ser chamada de Santa Escritura ou Sagrada Escritura, Palavra, Testamento ou Aliança.

O Centro da Bíblia é Jesus Cristo. Como nos diz Santo Agostinho, Ele está latente no Antigo e patente no Novo Testamento, mas presente em toda a Escritura. Desse modo, o conteúdo da Sagrada Escritura é a história das intervenções salvíficas que Deus tem realizado para com a humanidade. E, como em qualquer história, na Bíblia há personagens, sendo que os protagonistas são Deus e Seu Povo. Na Sagrada Escritura, é narrada uma história na qual, em certas ocasiões, o homem tem colaborado com Deus e livremente tem aceitado o Plano de Salvação. Mas, em outras vezes, o homem tem rejeitado e, até, se colocado contra esse mesmo Plano, chegando ao ponto de se opor violentamente à Salvação dada por Deus.

Mas não nos enganemos: não se propõe, na Bíblia, fazer um relato jornalístico ou uma crônica histórica. Tendo sido escrita há tanto tempo, quando não havia todo o conhecimento científico dos dias de hoje, ela apresenta erros técnicos (como números e interpretações de fatos). Mas a Verdade Divina é correta e mantém-se como um fio de ouro do início ao fim: a transmissão da HISTÓRIA DA SALVAÇÃO.

A Bíblia não caiu do céu pronta. Os livros nasceram de uma experiência de Deus com os homens: nasceram de guerras, de momentos de graça, de conflitos, de entendimentos, de desentendimentos… Ela é um livro profundamente humano e, ao mesmo tempo, profundamente divino. Desde os primórdios da humanidade, o relacionamento de Deus com os homens foi sendo relatado oralmente, de geração a geração, até que esses relatos foram registrados e, compilados, deram origem à Bíblia.

Assim, a Bíblia é a comunicação profunda de Deus com o homem: é escrita pelo homem com inspiração divina. Torna-se, então, nosso elo de ligação com Deus, nosso meio de comunicação com Ele. Por isso mesmo, ela deve estar intimamente ligada à nossa vida diária.

Contudo, é necessário que se interprete o que há na Bíblia. Ela é o meio, não é o fim. Por exemplo, não se pode considerar a criação do mundo como tendo acontecido literalmente numa semana. A Igreja, através do Magistério, constitui um verdadeiro ministério de interpretação da Palavra de Deus, que faz chegar, então, esse “livro” do Povo de Deus em suas mãos, com uma interpretação segura, que garante a unidade da fé.

É difícil indicar com exatidão a data em que cada livro da Bíblia foi escrito. Isso se deve a dois fatores: eles foram escritos há muito tempo e, normalmente, havia mais de um redator de um mesmo livro – geralmente, eram discípulos fiéis e sábios do “verdadeiro” autor, que escreviam e davam a autoria a alguém respeitado como o mestre deles. Todavia, grosso modo, pode-se dizer que os livros do Antigo Testamento foram escritos entre os séculos X e L a.C. (antes de Cristo) e os livros do Novo Testamento foram escritos do ano 50 ao ano 150 d.C. (depois de Cristo).

 

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