Primeira Leitura: Is 50,5-9a
Salmo Responsório: Sl 114
Primeira Leitura: Tg 2,14-18
Evangelho: Mc 8,27-35
Quero acolher de uma maneira especial as nossas queridas irmãs Franciscanas da Penitência, que hoje estão conosco nesta Celebração Eucarística, rendendo graças a Deus pelos 80 anos de Missão no Brasil. Trata-se de pessoas especiais; dedicadas, que atuam em Colégios e Hospitais e, aqui em nossa cidade de Jaú, estão presentes no Hospital Amaral Carvalho, servindo os nossos enfermos, dentro dos limites territoriais da Matriz de São Sebastião.
Acolho também todos os nossos queridos paroquianos que vieram para enriquecer a nossa Santa Missa com sua presença comprometida e atuante.
Faço minha reflexão deste Vigésimo Quarto Domingo do Tempo Comum em dois momentos: no primeiro, gostaria de fazer alguns comentários sobre a Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e, no segundo, farei considerações acerca dos textos bíblicos - Is 50, 5-9a; Tg 2, 14-18; Mc 8, 27-35.
A Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência foi fundada em 1846 por Angela Fraundarfer tendo como cofundador Franz Sales Handwercher, pároco de Oberschneidirg.
As fundadoras, chamadas por Deus e guiadas pelo amor Divino, levavam uma vida de oração e de reparação, dedicando-se à educação e formação de moças - particularmente de filhas ilegítimas – e queriam servir aos pobres, aos necessitados e aos doentes.
Em 26 de abril de 1935, cinco religiosas alemãs - Maria Antonia Pfeilchifter, Maria Augustina Ciubeck, Maria Serafina Plots, Maria Gertrudes Schonberger, Maria Benigna Binder - viajaram em companhia do Revmo. Pe. Leonardo Eckl, missionário redentorista, que se tornou protetor e orientador das Irmãs durante os primeiros anos no Brasil.
A chegada ao Brasil deu-se em 17 de maio, após vinte e um dias de viagem marítima. Iniciaram os trabalhos em asilos, Santas Casas, hospitais, atendimento a menores abandonados e a idosos.
Que Deus as abençoe cada vez mais em sua missão!
Os textos de hoje, são uma profecia sobre o sofrimento do Messias: O Filho do Homem deverá sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; deveria ser morto, e ressuscitar depois de três dias. “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Ninguém é obrigado a seguir ou servir o Senhor. Tanto é, que Jesus nos diz: “se alguém quiser me seguir...”. Porém, aceitando livremente o convite, somos chamados a entrar na escola do sofrimento, que é diferente de masoquismo. O masoquismo é provocar sofrimento para obtenção do prazer, e o sofrimento proposto pelo Cristo é o sofrimento redentor, que faz com que as pessoas cresçam e vejam o mundo com os olhos de Deus. Vejam o Cristo: pela Cruz, a luz. Da Cruz brotou a salvação da humanidade.
O sofrimento redentor não poderá ser entendido só com a dor, mas como consequência de sua entrega a Deus. Aqui entendemos que quem segue a Cristo como Maria Santíssima trará em seu corpo as marcas da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. E feliz daquele que não nega, não se revolta e não se afasta do Senhor quando o sofrimento bater em sua porta. Até no viver e ser comunidade (Igreja) sofreremos. E infelizmente, há pessoas que, frente aos obstáculos e diante dos sofrimentos, se afastam com muita fúria. Por isso, nessas ocasiões, temos duas possibilidades: silenciar para entendermos e dele sairmos fortalecidos e amadurecidos ou nos revoltarmos e nos distanciarmos de Deus.
Resta-nos acreditar no Cristo, assumir o sofrimento como caráter redentor e segui-Lo. Para tanto, será preciso responder a uma pergunta: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? Sem conhecê-Lo através de uma experiência profunda, será impossível segui-Lo e muito menos entender o real sentido do sofrimento. Caso, não o entendamos, ficaremos com o aspecto do Cristo glorioso, que se restringe ao Cristo milagroso, motivo pelo qual muitos o procuravam. Porém, o ideal é procurá-Lo em vista da Vida Eterna. Sabemos que Cristo opera grandes sinais, mas, procurá-Lo somente por curas é agir com imaturidade.
Através do sofrimento redentor, Cristo nos trouxe a salvação, ou seja, o sofrimento de Cristo gera a salvação em nós e o nosso sofrimento gera e produz a santificação.
Amém!
Cônego Alexandre Donizeti Francisco, Opraem
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