PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO - JAÚ

"Na verdade, este homem era o Filho de Deus!"
Mc 15,39b (Ramos-Ano B)
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Estudos e Homilias

Homilia na Semana Nacional da Família - Sexualidade, Dom de Deus - Sexta-feira, 14 de Agosto de 2015

Primeira Leitura: Js 24,1-13

Salmo Responsório: Sl 135

Evangelho: Mt 19,3-12

 

Hoje, irmãos, dentro da Semana Nacional da Família, somos convidados a olhar para a sexualidade e afetividade, enquanto dons de Deus.

Primeiramente, gostaria de iniciar a nossa conversa falando rapidamente sobre o comportamento humano do ponto de vista ético-moral. Ambas estudam o comportamento moral e ético das pessoas emitindo um juízo de valores e levando o ser humano a atingir a maturidade da autonomia, que é a capacidade de decidir ou de agir por convicção própria, sem ceder a pressões externas, respondendo por si mesmo, tomando decisões que vêm de dentro (é critico, sem ser negativo ou do contra), tendo responsabilidade, independência e liberdade. Isso faz com que seja capaz de integrar-se e transcender.

A sexualidade possui dois significados: unitivo e procriativo. O significado unitivo é o bem dos cônjuges dentro de uma ética moral que une os casais (alegria, tristeza, saúde, doença etc.) e o procriativo, para os casais, são os filhos, que são gerados, através do amor que leva o casal a uma paternidade e maternidade responsável.

Nesse sentido, o relacionamento por mero prazer não tem espaço dentro de uma ética-moral; por isso, o sexo só tem sentido dentro da realidade matrimonial sacramental. Desse modo, pensar em sexo fora do contexto casamento ou usar métodos artificias é um ato intrinsecamente desordenado. O que se opta em alguns casos, dentro da realidade da moral, é pelo mal menor que não deixa de ser pecado, mas se tornará um pecado menor… Não entraremos na problemática dessa discussão agora, deixemos isso para a Escolinha da Fé.

O sim é definitivo, e algo sacralizante, que não dissolverá o vínculo através do consentimento, que é a capacidade de se dar e receber o outro.

Outra situação é a questão do celibato sacerdotal, da continência e da castidade. Os clérigos são chamados a viver os três e os casados, apenas a castidade, embora nem todos tenham tal dom. Celibato é a decisão consciente e livre de não se casar; continência é a opção por não ter filhos e castidade é a vivencia do sexto mandamento que nos leva à integração da sexualidade dentro de um projeto de vida. O casado é chamado a crescer e multiplicar, o contrário disso invalida o vinculo matrimonial.

No tempo de Moisés, existiam duas Escolas em relação ao divórcio-repúdio: uma concedia o divórcio em algumas circunstâncias, e a Escola menos rigorosa que concedia em qualquer situação. Qual delas estaria certa? Jesus fala da dureza do coração, enquanto fechamento da ação de Deus. E o Papa Paulo VI fechou a discussão em 1968, não autorizando o divórcio em situação alguma.

O Matrimônio é a vivência plena e total da sexualidade como dom de Deus, enquanto o ato masturbatório (ato isolado) para obtenção do prazer é uma grave desordem moral que destrói os dois significados da sexualidade: unitivo e procriativo.

As relações pré-matrimoniais também são vistas como uma grave desordem moral, ou seja, constituem um ato intrinsecamente desordenado. Em outras palavras, sexo somente dentro do casamento.

A sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de se comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano. Portanto, ela é a parte integrante do desenvolvimento da personalidade e do seu processo educativo.

A sexualidade deverá ser orientada, elevada e integrada pelo amor que é o único a torná-la verdadeiramente humana.

O casal é chamado à fidelidade. E qual é o significado da fidelidade?

  • Manter o significado unitivo e procriativo da sexualidade;
  • Manter as promessas em continuidade;
  • A abertura ao dialogo e à ajuda;
  • Paternidade e maternidade responsável;
  • Sinceridade de conduta;
  • Manter o projeto de aliança.

Não sou infiel pelo que faço, mas pelo que deixei de fazer e o ferimento de consciência ou a não vivência consciente pelo que optamos um dia nos leva ao pecado. Pecado, do ponto de vista da moralidade, é a contradição da opção assumida. Um exemplo, sou casado e vivo como se fosse solteiro, ou ainda, levo uma vida dupla com a maior naturalidade.

O amor nos torna vulneráveis. O amor corre seus riscos e o que ficará é o testemunho de vida pautado pela fé. Quem irá botar a mão no fogo por nós quando formos vitimas de uma injustiça moral? É claro que quem conhece verdadeiramente a nossa conduta e a nossa transparência nos ajudará.

A falta de prudência faz com que paguemos um alto preço, sejamos transparentes e evitemos a fama de uma eventual vida dupla.

Aqui se levanta outra questão: O que nos leva a ter duplicidade?

  • A falta de clareza e decisão quanto às escolhas;
  • O não conhecimento em relação ao comportamento humano;
  • A não vivência do significado unitivo e procriativo da sexualidade;
  • O não entendimento da sexualidade enquanto dom de Deus;
  • A vulnerabilidade;
  • A infidelidade e o fechamento ao diálogo;
  • A obtenção do prazer;
  • Fugas;
  • Ilusão do imaginário em detrimento do concreto;
  • Aventuras, e muitas outras coisas semelhantes a essas...

Irmãos, não tendo a pretensão de esgotar o tema, finalizo deixando pensamentos para meditação pessoal:

  • As grandes escolhas da vida não devem ser pautadas unicamente: por sentimento, razão e vontade; mas pela convicção da fé e da ética moral.
  • A pessoa só viverá autenticamente realizada quando descobrir o real significado da afetividade e da sexualidade.
  • É preciso conhecer a real linguagem do corpo, para não sermos dominados ou escravizados pelo próprio corpo.
  • O não produzir frutos implica que existe algo errado conosco.

Em outras palavras: cuidemos de nós mesmos e sejamos plenos e fecundos em Deus. Amém!

Cônego Alexandre Donizeti Francisco, Opraem

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