O gesto do “sinal da cruz” acontece no começo e no fim de uma oração, seja ela pessoal, comunitária ou litúrgica. Muitos o fazem quando vão dormir e de manhã quando se levantam. Há os que não iniciam trabalho algum sem fazê-lo. Quando se está com medo ele é feito. E quando se recebe uma alegre notícia. O gesto se repete no início dos jogos de futebol, na hora de chutar a penalidade máxima, depois de marcado o gol. Acontece quando alguém passa diante de uma igreja, ou cemitério.
Há os que o realizam direitinho, pausada e solenemente e sem pressa. Há os que o fazem depressa, desajeitadamente, sem saber o que fazem com a mão.
Que pena que lá se foram os bons tempos em que a mãe pegava na mão do filho ou da filha, ainda criança, e a conduzia da testa ao peito, do ombro esquerdo ao direito, repetindo: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
E é assim mesmo a maneira correta de se fazer: com a mão direita aberta, com os dedos juntos, se toca na testa e se diz “em nome do Pai”; a mão desce ao peito enquanto se repete “e do Filho”; a mão sobe para o ombro esquerdo e de lá para o direito, enquanto se diz “e do Espírito Santo”. O “amém” encerra o gesto. E nada de se beijar a mão!
Hoje, muita gente beija a mão ao terminar de fazer o sinal da Cruz porque, antigamente, quando se rezava o Rosário, fazia-se o sinal da Cruz com a pequena cruz do terço e, no final, beijava-se a Cruz. Com o passar do tempo, esse hábito de beijar a mão permaneceu, mesmo quando não há nada nela. Ora, se não há terço na mão para ser beijado, não há nenhuma lógica em se fazer isso.
Agora, o mais importante é que, ao fazer este gesto, estamos lembrando que a cruz, que um dia foi instrumento de maldição, se tornou para nós instrumento de bênção, porque nela Jesus derramou seu sangue que nos lava de toda culpa. Nela Jesus morreu para que todos tivéssemos vida.
Importante também é a pequena oração que repetimos enquanto traçamos sobre nós o sinal da cruz. Nós afirmamos que a prece que vamos fazer e a ação que vamos realizar, nós a faremos em nome do Pai que nos criou, do seu Filho Jesus que nos libertou, do Espírito Santo que nos santifica. Quer melhor maneira de consagrarmos nossas palavras e ações a Deus? Então, seja abençoando a nós mesmos, ou abençoando a outros com o sinal da cruz, vamos fazer com respeito e dignidade esse gesto. Na simplicidade desse gesto, vamos nos santificando pela vida afora e vamos santificando a própria vida, dom maravilhoso do Pai para nós.
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