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Mc 12,38a (32 TC-Ano B)
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Avisos e Recados

Canonização de Irmã Dulce

   O Brasil – país cuja população majoritariamente se declara católica – tem sua primeira santa: Santa Dulce dos Pobres.

   Conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce foi uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia, no século passado.

   O nome da Beata Dulce Lopes Pontes, junto ao de outros 4 beatos de diferentes nacionalidades, foi inscrito no livro dos Santos em uma Missa lotada de fiéis na qual aconteceu o rito de canonização. A cerimônia aconteceu no domingo, dia 13 de outubro, na Praça de São Pedro do Vaticano e foi presidida pelo Papa Francisco.

   O Vaticano considera que Santa Dulce dos Pobres seja a primeira santa brasileira porque ela é a primeira mulher nascida no Brasil a ter milagres reconhecidos.

   Irmã Dulce foi beatificada em 2011, após ter o primeiro milagre reconhecido. A graça alcançada foi a recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. Após beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada "Bem-aventurada Dulce dos Pobres".

   Para ser considerada santa, Irmã Dulce precisaria ter um segundo milagre reconhecido, o que ocorreu em maio deste ano. O miraculado, o maestro soteropolitano José Maurício, voltou a enxergar após fazer uma oração para a então beata. Ele teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000, ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar.

   O Vaticano tem quatro exigências quanto à veracidade de uma graça, até ser considerada milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração), duradouro e perfeito.

Trajetória de Irmã Dulce

  • Nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador.
  • Quando ela tinha 7 anos, sua mãe morreu.
  • Aos 13 anos, ela acolhia mendigos e doentes na casa onde morava com o pai e os irmãos, no bairro de Nazaré, na capital baiana.
  • A vida religiosa começou aos 18 anos, quando, após se formar como professora primária, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
  • Somente aos 19 anos, mais especificamente em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Irmã Dulce em homenagem à mãe, que se chamava Dulce Maria; naquele mesmo ano, viveu 6 meses em São Cristóvão (SE) e, depois, voltou para Salvador.
  • No ano de 1935, iniciou a assistência à comunidade carente, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que foi formado no bairro de Itapagipe, em Salvador.
  • Em 1939, Irmã Dulce invadiu cinco casas, em um local de Salvador conhecido como Ilha dos Ratos. Nos imóveis, ela acolhia enfermos e desabrigados.
  • Ainda na década de 30, ajudou operários do bairro de Itapagipe a formarem a União Operária São Francisco. Logo depois, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, fundou o Círculo Operário da Bahia.
  • Junto aos trabalhadores, ela inaugurou um colégio para os filhos dos operários e ainda ajudou a fundar os cinemas Plataforma e São Caetano, além do Cine Teatro Roma: a renda obtida nos cinemas contribuía para a manutenção do Círculo Operário.
  • Na década de 60, transformou um galinheiro do Convento de Santo Antônio em albergue. Mais tarde, o lugar deu origem ao Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, em Salvador, e as Obras Sociais que levam o nome dela.
  • Em 13 de março de 1992, faleceu em Salvador, na Bahia.
  • Em 2011, foi nomeada beata.
  • Em 13 de outubro de 2019, foi canonizada e se tornou santa com o nome Santa Dulce dos Pobres.

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